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Microcrédito para afroempreendedores completa seis meses com liberação de mais de R$ 300 mil no Estado e projeto de expansão para Brasil
O primeiro programa de microcrédito especial para afroempreendedores chega aos seis meses de operação no Rio Grande do Sul com muitos motivos para comemorar. Nesse período, foram liberados mais de R$ 308 mil para 36 afroempreendedores gaúchos, o que colaborou para o fortalecimento de nove empregos e a geração de outras nove vagas de trabalho. O Crédito Origem, criado em outubro de 2023, é resultado de uma parceria entre a Imembuí Microfinanças, a maior operadora de microcrédito do Estado, e a Rede Brasil Afroempreendedor (REAFRO), a maior organização de afroempreendedores do país.
Os números são considerados positivos pelas duas instituições, especialmente por se tratar de uma linha pioneira e destinada a uma parcela específica da população. De acordo com o Diretor Geral da Imembuí, Arlimar de Oliveira, o Crédito Origem ainda está na fase inicial. Por isso, a perspectiva é de que os pedidos de microcrédito cresçam à medida que os afroempreendedores tiverem conhecimento do programa e das vantagens: taxas de juros mais baixas que o sistema bancário tradicional e assessoria personalizada na gestão do empreendimento - uma grande dor dos micros e pequenos negócios.
– Estamos profundamente satisfeitos em comemorar os valores atingidos pelo programa Crédito Origem, pois reconhecemos seu potencial transformador. Assim como o nascimento de uma empresa ou negócio, este programa representa o início de uma jornada promissora. Estamos comprometidos em cultivar e fortalecer esse programa, pois ele não apenas oferece recursos financeiros, mas também transmite uma mensagem vital: estamos aqui para apoiar os empreendedores negros e pardos. É um passo
significativo em direção à equidade de oportunidades. E estamos ansiosos para levar o projeto de expansão para todo o Brasil – projeta o Diretor Geral da Imembuí Microfinanças, Arlimar Oliveira.
A operação do Crédito Origem, no Rio Grande do Sul, é considerada um projeto piloto para a implantação no país. Os resultados obtidos até agora, segundo as instituições, comprovam não só a viabilidade financeira, mas, principalmente, a necessidade social do programa. De acordo com o SEBRAE, existem mais de 14 milhões de afroempreendedores no Brasil, número que representa mais de 51% do total de empreendedores do país, o que reforça a importância da parceria. Entretanto, os empreendedores negros possuem menor nível de escolaridade e menor menor nível de rendimento mensal.
– É uma dificuldade histórica que pretendemos contribuir para a superação. Compreendemos que os dois caminhos mais seguros para o desenvolvimento são a organização coletiva e a democratização do crédito. E o Crédito Origem segue sendo a grande oportunidade de acesso diferenciado ao dinheiro para investimentos. Os afroempreendedores, mulheres e homens negros, que querem fortalecer seus negócios, tem na Imembuí Microfinanças e na Reafro Brasil, toda facilidade do acessar o microcrédito – afirma o Coordenador Executivo da REAFRO Nacional, João Nogueira.
Com a parceria, os afroempreendedores podem acessar até R$ 20 mil reais pelo Crédito Origem e, também, pelo programa Juro Zero nos municípios onde o recurso está ativo. Para isso, é necessário ser associado da Reafro, cuja taxa de anuidade é gratuita, ter mais de seis meses de desenvolvimento de suas atividades e possuir faturamento anual de até R$ 360 mil (valor de referência para as micro e pequenas empresas). Pessoas físicas que se enquadrem nos requisitos também podem acessar as linhas de crédito. Ainda é preciso ter um avalista com renda compatível. O acordo de cooperação ainda permite o crédito comunitário, no qual 3 a 5 empreendedores solicitam o crédito, sendo cada um responsável solidário.
Helena Moreira é uma das afroempreendedoras beneficiadas pelo Crédito Origem. Ela é pintora, estudante de teatro na UFRGS e faz parte do Fórum de Mulheres Negras na Economia Popular e Solidária, um coletivo de mulheres negras e empreendedoras do bairro Restinga, em Porto Alegre. Helena pediu o recurso para investir na divulgação e na compra de material para o negócio.
– A gente busca um outro jeito de ver a economia, mais sustentável e que também valorize nossa cultura, ancestralidade e belezas. E o Crédito Origem é uma ação voltada exatamente para as pessoas pretas, que entende que a gente tem uma necessidade diferente mesmo, porque a gente vem de um histórico diferente. Então, fazer ações afirmativas para gente é uma forma de buscar uma sociedade mais justa como um todo. São ações que parecem pequenas, mas que vão transformando o cotidiano, o dia a dia da vida dessas pessoas pretas. A gente vive dizendo que essas parcerias são necessárias. E quando a gente vê isso acontecendo, fica muito feliz – comemora Helena.
GÊNERO
ATIVIDADE
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ATIVIDADES BENEFICIADAS
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